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- 5º domingo do tempo
comum Luc 4,21-39:
- Onde estão os profetas?
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"Eu vos digo, nenhum profeta é bem recebido no
seu país." Jesus pronuncia estas palavras na sua
aldeia de Nazaré, depois de uma intervenção
que não passou despercebida na sinagoga. |
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- É perturbante e surpreendente ver que o jovem profeta
de Nazaré não foi acolhido pelos seus. Como tantos
outros antes dele, Jesus experimenta a rejeição.
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- Mais tarde, ao chegar diante de Jerusalém com os
seus discípulos, será dominado pela emoção:
"Jerusalém, tu que matas os profetas
".
Não diz: "Tu que matas os sacerdotes!" Os sacerdotes
não estão na primeira linha. Zelam pela aplicação
da lei de Moisés, defendem a tradição, asseguram-se
da boa marcha da instituição religiosa. De onde
as tensões, e mesmo as incompreensões entre os
profetas e os sacerdotes.
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Os profetas correm riscos. Não pregam a resignação,
mas a libertação. Matam-nos, porque eles aparecem
como portadores da novidade. Uma novidade que assusta e incomoda. |
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- Não legislam, não organizam, não
definem. Abrem um futuro, despertam liberdades, provocam a revolta
das consciências. Têm a audácia de afirmar
que os mais deserdados são os preferidos de Deus, chamados
desde esse momento a assumir a responsabilidade do seu próprio
futuro.
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- Para eles, Deus não pode ser limitado a um lugar,
ainda que sagrado, nem a um povo, ainda que eleito. Deus actua
por toda a parte e é para todos.
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- Naturalmente que os profetas são mal vistos pelos
detentores do poder vigente. Tornam-se suspeitos e são
marginalizados pela sua instituição. Incomodam
as pessoas, que se sentem atingidas na sua maneira de viver,
crer e praticar.
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- Hoje em dia, pedimos profetas. Sem dúvida que o
Espírito Santo os suscita entre nós.
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Continua a haver mulheres e homens habitados por um sopro
de liberdade e portadores de uma palavra nova, mas a instituição
apressa-se a calá-los e a privá-los de qualquer
responsabilidade. |

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- Eles juntam-se à multidão que enche os adros
e transformam-se para muitos num horizonte. Fazem nascer a esperança
de que outro mundo é indispensável e de que outra
Igreja ainda é possível.
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- O profeta de Nazaré não propôs caminhos
balizados. Nada codificou. Felizmente! Senão, hoje já
não se falaria dele. Mas despertou as liberdades e acendeu
um fogo. Que prodigioso fermento é ainda hoje para a humanidade!
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